De olho na manutenção do seu veículo: quando a quilometragem interfere na vida útil do meu carro?
Essa é uma pergunta bastante frequente quando chega a hora de comprar um carro de segunda mão. Se há muitos e muitos quilômetros no hodômetro, será que isso realmente significa que o veículo está em suas últimas pernas?
De acordo com pesquisas feitas por sites especializados em carros, na hora de estipular o preço de venda de um automóvel usado, geralmente a tendência é partir da tabela Fipe e então ir depreciando o valor médio com base na quilometragem e no estado do veículo, considerando reparos que vão ser necessários para revendê-lo.
Ou seja, a não ser que o carro esteja impecável, com até trinta mil quilômetros rodados e as revisões em dia na concessionária, sem detalhes negativos, quase sempre o valor da tabela Fipe poderá sofrer depreciação.
É claro que o estado em que o carro se encontra sempre poderá influenciar não só no preço, como também na manutenção e na vida útil do veículo. Mas... será que, sozinha, a quilometragem realmente tem o poder de interferir tanto nesses dois últimos fatores citados?
Consulte o valor do seu carro na Tabela Fipe
Historicamente, é certo que este foi o caso
Nos anos 80 e nos anos 90, os carros não eram tão robustos como agora. Os regimes de teste não eram tão punitivos, nem as tolerâncias de fábrica eram tão boas como são atualmente.
Como acontece com quase todos os objetos mecânicos, um carro e seus componentes são projetados para terem uma vida útil esperada de um determinado número de quilômetros, assumindo um regime razoável de manutenção. Pense nisso como uma data de validade para pedaços de metal oleosos.
Assim, os carros dos anos 80 e 90 só deveriam durar até atingirem aproximados 160 mil quilômetros.
Hoje, quilometragem pode não significar que o carro é muito antigo
Observando os automóveis de antigamente, é possível ver de forma mais clara e perceber que eles não eram necessariamente um lixo depois de alcançarem a quilometragem citada anteriormente.
É evidente que os veículos que foram cuidadosamente mantidos e, de vez em quando, tiveram seus principais componentes substituídos, podiam funcionar por muito mais tempo.
Há um Saab no Museu Automotivo de Wisconsin, nos Estados Unidos, que acumulou a verificação de um milhão de milhas, o equivalente a mais de um milhão e meio de quilômetros!
A Volkswagen também tem um fusca de um milhão de milhas em seu museu, mas certamente o campeão de todos os tempos é o 240D Saloon do museu da Mercedes-Benz.
Originalmente vendido na Grécia, acumulou 2,8 milhões de milhas e ainda está em perfeita execução! Já imaginou você, aí, querendo vender o seu Sandero em Curitiba, colocando esse número em seu anúncio classificado?
Assim, com cuidado, os carros podiam facilmente durar muito mais do que a sua suposta vida original. E, conforme o tempo passa, as notícias só tendem a ser mais positivas.
As melhorias maciças de tecnologia e engenharia desde a virada do século, auxiliadas em grande parte pelo aumento do poder de computadores e inovações como a filosofia Kaizen da Toyota, que busca melhorias incrementais constantes (uma filosofia que inclusive foi rapidamente adotada pela maioria da indústria automobilística), mostram que a vida útil esperada de um carro agora está subindo para mais de 300 mil quilômetros.
Em alguns casos, os fabricantes de automóveis da Volvo alegam que seus carros podem continuar "aquecidos" por até 400 mil quilômetros.
Então, realisticamente falando, qualquer quilometragem menor do que, digamos, 200 mil quilômetros, sugeriria que um carro bem cuidado e com a manutenção em dia ainda tem muita vida restante nele.
O dilema quilometragem/idade
É claro que toda quilometragem de carro não é igual e é aí que as coisas ficam complicadas, o que gera um dilema clássico: devo escolher um carro mais antigo com baixa quilometragem ou um carro mais novo com alta quilometragem?
A única resposta é mergulhar na história de cada carro. Se o carro de maior quilometragem fez a maior parte das suas viagens em boas estradas, isso até pode ser um ponto positivo para o automóvel.
Haverá menos custos com a manutenção devido ao menor desgaste em itens como embreagens, freios e caixas de câmbio e, melhor ainda, o motor estará operando na faixa de temperatura média preferida durante a maior parte do tempo, reduzindo ainda mais o desgaste.
No caso dos carros a diesel, esse efeito duplica e a garantia é certa de que não haverá nenhuma preocupação com filtros de partículas entupidos.
Já carros de menor quilometragem, como aqueles modelos Logan em Curitiba, podem até parecer tentadores, mas se a maioria de suas viagens tiver sido feita na cidade ou em estradas rurais, o desgaste será muito maior.
Os freios terão sido usados mais, as embreagens estarão mais desgastadas e a suspensão terá levado mais golpes. Ou seja, ás vezes, o pequeno número no hodômetro pode estar escondendo sérios problemas que você eventualmente terá que ter com a manutenção do veículo.
E olha que nem estamos falando do que muita gente mal-intencionada faz, de querer adulterar a quilometragem do carro para vendê-lo a um preço mais baixo – o que, vale a pena destacar, já foi considerado crime pelo Superior Tribunal de Justiça.
É por isso que baixa quilometragem como a daqueles modelos Logan em Curitiba nem sempre significará um carro melhor ou com vida útil mais prolongada.
A resposta à pergunta do título
Então, voltando à pergunta do título do post, será que há um momento certo em que a quilometragem começa, de fato, a interferir na vida útil de um carro?
Se estivermos falando tão e somente dos pequenos números no hodômetro, a resposta é não. Então, se há uma dica que podemos repassar a você é essa: pare de se concentrar só na quilometragem porque, em geral, não é o bastante.
Gaste mais tempo com foco no histórico e na manutenção de um carro e você se sairá muito melhor na compra daquele desejado usado. Cuidado e atenção são muito mais importantes que a distância percorrida.
E você, tem algum amigo, familiar ou colega de trabalho que insiste em dizer que a quilometragem é o fator mais importante de um carro? Compartilhe esse post com ele e aguarde a sua reação!
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