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“Faça você mesmo” o conserto do seu carro: uma boa maneira de economizar dinheiro ou é melhor deixar para os profissionais?

Consertar o carro em casa pode ser uma forma de economizar. Saiba quais reparos é possível fazer por conta própria e quando é uma melhor ideia recorrer a um mecânico profissional.


Se tem uma coisa com a qual quase todos brasileiros andam preocupados nos últimos anos é dinheiro. Todos os dias os jornais trazem notícias pouco animadoras sobre a economia: crise, desemprego, inflação, juros altos, e por aí vai...
Por causa disso, as pessoas estão procurando cada vez mais maneiras de economizar dinheiro, e isso também vale quando o assunto é carro. Manter um automóvel é um dos principais custos na vida dos brasileiros que tem a oportunidade – ou necessidade – de ter um carro. Além do valor do veículo em si, ainda existem despesas com seguro, estacionamento, combustível, IPVA, multas e, claro, a manutenção do carro.


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Alternativas para economizar com o carro


Existem diversas formas encontradas pelas pessoas para economizar com o carro. Muita gente abriu mão de um carro na garagem e começou a usar aplicativos de carona, transporte público ou bicicleta. Outras continuam com o carro, mas optam por correr o risco de andar sem seguro ou contratar um seguro mais econômico.


Em muitos casos, postergar a troca do carro e manter o mesmo veículo por mais tempo é uma das formas de economizar. Isso aconteceu com tanta frequência nos últimos anos que gerou um “envelhecimento” relativamente grande na frota de veículos leves brasileira. De acordo com o Sindipeças, sindicato das fabricantes de peças do setor automotivo no Brasil, a idade média da frota brasileira atingiu 9 anos e 7 meses em 2017. Isso significou um aumento de 1 ano considerando o período de 2012 a 2017, mesmo com o crescimento da venda de veículos novos. E essa prática realmente se mostrou eficiente em termos de economia. Um estudo realizado pela consultoria automotiva Jato Dynamics a pedido da Exame.com, mostrou que manter o carro por mais tempo gera muita economia de até 50% do valor do veículo quando se mantém o mesmo carro por 10 anos ao invés de trocar a cada 5 anos.


Outra maneira de as pessoas economizarem dinheiro é adiando a manutenção e os reparos, que representam cerca de 15% dos custos totais de possuir um automóvel, segundo cálculos do portal Educando Seu Bolso. Uma ação realizada pelo Jornal Farol Alto na zona sul de São Paulo, na qual foram avaliados os itens de desgaste natural dos veículos que geralmente precisam ser substituídos nas revisões preventivas, mostrou que apenas cerca de 5% dos veículos checados estavam com todos os componentes em perfeito estado. Isso indica que as pessoas não estão fazendo as revisões preventivas na periodicidade indicada pelas montadoras, que geralmente é a cada 10 mil km.


O problema com isso é que adiar os reparos pode afetar a segurança e a performance do veículo, causando maiores gastos no futuro ao invés de economia. Então, qual alternativa resta para economizar com a manutenção?


“Faça você mesmo”: quando fazer?


Uma opção a que muitos recorrem é a fazer a manutenção de alguns itens em casa. Hoje em dia existem vários tutoriais conhecido como “faça você mesmo” disponíveis na internet que ensinam e encorajam proprietários de carro a fazer alguns reparos no veículo de forma caseira. Mas isso é realmente possível e seguro? A resposta correta é quase nunca!


Neste artigo, vamos avaliar os prós e os contras de se fazer o conserto do seu carro de forma amadora, além de mostrar quais serviços podem ser feitos por conta própria e com segurança.


O quanto você sabe sobre seu carro?


Carros são máquinas complexas e que a cada ano que passo ficam ainda mais intricadas devido ao uso mais intensivo da eletrônica e de novas tecnologias pelas montadoras. Antigamente era mais comum – e muito mais fácil - abrir um capô e identificar rapidamente a maioria das peças do motor. Hoje em dia, quando se abre um capô quase todas as peças estão cobertas por placas protetoras e já não podem ser consertadas com simples apertos de parafusos. Muitas pessoas sequer sabem onde colocar o líquido de limpeza do para-brisas, mal consigo imaginar onde adicionar o líquido de lavagem.


Um bom exemplo desse aumento de complexidade foi a substituição dos carburadores pela injeção eletrônica, um intrincado sistema para controlar o funcionamento do motor e a quantidade de combustível e ar que é utilizada para gerar a combustão que move o veículo.


Atualmente, os mecânicos, ou reparadores, investem muito tempo e dinheiro em treinamentos e equipamentos que os permitem diagnosticar e reparar uma gama cada vez mais vasta de veículos e componentes.


Não fique triste se seu conhecimento se limita a checar o nível do óleo e trocar um pneu furado. Mas, na grande maioria dos casos, conhecimentos básicos de mecânica não são suficientes para lidar com os reparos mais complicados dos carros modernos.


Mas não se preocupe, ainda existem cuidados e pequenos reparos relativamente simples que você pode fazer em casa e que vão te ajudar a economizar com o conserto do carro.


Quais serviços você pode fazer para consertar seu carro por conta própria e com segurança?


Primeiro, vamos reforçar que a melhor maneira de economizar com os cuidados do carro é fazendo a manutenção preventiva.


Como já dissemos, os carros atuais são muito mais complexos. Mas isso tem um lado bom, pois atualmente a maioria dos carros apresentam pouquíssimos problemas desde que a manutenção preventiva seja feita em dia e da forma correta, como sugerem as montadoras. Em caso de defeito de fabricação procure saber se não houve recall do seu veículo e busque sempre que a montadora cumpra com a garantia.


Alguns itens são cobertos inclusive por um prazo maior do que a garantia informada pela concessionária na hora da venda do veículo. Isso é válido também para os casos de defeitos de fabricação.


Aqui estão algumas coisas simples que você pode fazer sozinho, sem muita dificuldade, incluindo o prazo sugerido de cada manutenção:


• Verificação do nível de óleo do motor: a cada 3 meses, pode também repor caso o nível esteja abaixo do indicado.
Troca das palhetas do limpador de para-brisas: a cada 1 ano.
• Calibragem dos pneus: a cada 1 mês
• Troca das lâmpadas do farol e lanternas traseiras: sempre que estiverem queimadas.
Reposição do fluido do radiador: a cada 1 ano ou quando o nível baixar.
Troca do filtro de ar condicionado: a cada 1 ano.
• Higienização do sistema de ar-condicionado: a cada 1 ano


Caso você tenha conhecimentos mais avançados ainda é possível fazer alguns reparos mais complexos e que te ajudam a economizar ainda mais na manutenção do carro. Mas desde que você tenha as peças certas para reposição e as ferramentas adequadas para os serviços O próximo passo seria trabalhos como esses...


Troca do óleo do motor: a cada 1 ano, lembrando que existem exigências ambientais para o descarte correto do óleo antigo.
Troca do filtro de óleo: a cada 1 ano.
Troca do filtro de ar do motor: a cada 1 ano.
Troca da bateria: entre 2 e 5 anos.


Quanto mais reparos você fizer, mais conhecimento e experiência você obterá e, com essa confiança, poderá começar a fazer trabalhos mais complexos como esses.


Troca de mangueiras: sempre que houver algum problema, como vazamento ou rachaduras.
Troca das velas de ignição: a cada 2 anos
Troca da bobina de ignição e troca do alternador: somente quando apresentarem problemas.


Quanto mais complexo o reparo, mais recomendamos que você procure uma oficina de confiança para fazer o serviço. Muitas vezes o mais difícil não é nem fazer a troca de uma peça em si, mas sim fazer o diagnóstico correto da causa do problema identificado.


Diagnostique o problema corretamente


Erro de diagnóstico é um problema muito grande. Quando você troca uma peça errada, acaba perdendo tempo, dinheiro e possivelmente aumentando o problema original. E se isso já acontece com bons mecânicos, imagina com quem é leigo no assunto.


Nosso conselho para evitar diagnósticos errados é simples: quando não souber a causa do defeito não tente adivinhar. Procure uma oficina especializada na sua marca de carro ou no tipo de problema que seu carro está apresentando, como freios, suspensão ou injeção eletrônica. Quando não souber nem qual o tipo de problema seu carro tem, você pode usar o Sherlocar ou procurar um centro automotivo que faz vários tipos de serviços automotivos.


Só depois de um diagnóstico bem feito é recomendado fazer o reparo.

Uma dica, desconfie de oficinas em que o mecânico leve em conta somente o que o cliente diz sobre o problema do carro. Um reparador sério precisa avaliar por si mesmo todas as possibilidades, usando as ferramentas adequadas, para achar a raiz do problema.


Pesquise sobre o serviço


Caso você opte por fazer o serviço em casa, pesquise minuciosamente sobre o conserto que você vai realizar. Os manuais de reparação de veículos atualmente estão mais acessíveis, e podem ser um bom ponto de partida. Você também pode consultar o manual do proprietário do veículo, além de informações e vídeos instrutivos na internet antes de iniciar o reparo.


Tenha as ferramentas certas


Ao pesquisar sobre o conserto, procure saber todas as ferramentas e equipamentos necessários para realizá-lo. Certifique-se de ter todas ferramentas necessárias para o serviço. Sem as ferramentas adequadas, alguns trabalhos são quase impossíveis ou podem levar muito mais tempo para serem concluídos.


Programe seu tempo


Procure sempre saber a dificuldade e o tempo necessários para realizar o reparo que você quer fazer. Verifique que você terá o tempo necessário para finalizar o conserto, para evitar ter que parar o reparo no meio do caminho e correr o risco de piorar a situação. Para uma boa avaliação do tempo que leva, dobre o tempo previsto para garantir que você poderá resolver qualquer problema que surja ao longo do trabalho. Procure também fazer o reparo em dias que existam lojas de autopeças abertas na sua região.


Resumindo


Se você não tem conhecimento, ferramentas e tempo para fazer o serviço, é mais seguro e provavelmente mais econômico ir a uma oficina. Como dissemos, existem serviços simples que você pode fazer em casa, mas existem muitos outros que, se mal feitos, podem ser perigosos para você e para seu carro. Confira os serviços que são melhores serem feitos pelos especialistas.


Reparos relacionados à segurança


Tentar consertar por conta própria problemas em qualquer sistema de segurança do carro é totalmente desaconselhado. Isso inclui especialmente os sistemas de freio, suspensão, airbag e direção.


Problemas no conserto desses sistemas não só pode prejudicar o automóvel, mas também colocar vidas em risco e isso não vale a economia que talvez você tenha tentando evitar o mecânico.


Além disso, existem reparos adicionais que você nunca deve tentar em casa, como a troca da correia dentada. Essa peça é fundamental para o funcionamento do motor e caso não seja bem aplicada pode levar o motor a fundir, o que em vários casos pode representar a perda total do valor de mercado do veículo.


A mesma coisa acontece com o sistema de transmissão. Mesmo não sendo considerado um sistema de segurança, o valor relativo desse sistema para o valor do carro como um todo é tão grande que qualquer problema pode significar um prejuízo muito grande.


O sistema de arrefecimento também deve ser tratado por profissionais. O superaquecimento é uma das principais causas de danos aos motores. Então, em vez de arriscar, procure um especialista.


Problemas na injeção eletrônica


A injeção eletrônica é um capítulo à parte. Hoje em dia, existem equipamentos vendidos a preços bastante acessíveis que prometem dar diagnósticos precisos de problemas eletrônicos do carro diretamente para o motorista.

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Esses aparelhos, chamados de scanners, são encaixados na entrada OBD dos veículos modernos e são muito úteis para ajudar o motorista em relação a várias coisas, como hábitos de direção e consumo de combustível. Contudo, quando se trata de problemas na injeção eletrônica eles podem ser muito imprecisos e levar a conclusões erradas.


Isso porque a injeção é um sistema complexo, que se auto regula por meio de uma série de sensores, que medem a performance do carro e apontam quando há alguma coisa está acontecendo fora do normal.

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O problema é que ao relatar o problema em um determinado sensor, existem várias possibilidades de erros, porque não existe um sensor para cada elemento do carro, mas para uma série deles. Portanto, não se pode acusar imediatamente a origem do erro. A coisa certa a fazer é testar cada peça isoladamente para se chegar a um diagnóstico preciso. Esse é o procedimento que um mecânico vai fazer depois de utilizar um scanner automotivo para avaliar os erros apontados pelo conjunto de módulos e computadores de bordo do carro. Obter o código de problema é apenas o início do trabalho para consertar o problema.


Digamos, por exemplo, que seu leitor de código resgate o Código P0135. Esse código indica que há mau funcionamento do circuito do aquecedor de oxigênio.


Primeiro de tudo, você precisa saber a localização deste sensor e entender quais dados ele captura. Neste caso, o sensor está na parte do sistema de escape que recebe os gases de um dos cilindros do motor e existem várias possíveis causas que geram esse apontamento:


  1. Um fusível queimado que impede a passagem de energia para o aquecedor do sensor. Fiação danificada ou problemas de conexão elétrica também podem causar a interrupção da passagem de corrente elétrica.
  2. Um problema no software, que pode ser resolvido com a atualização ou reset do mesmo.
  3. Falha interna no módulo de controle, que exige a reconfiguração do sistema.
  4. Problemas no próprio sensor de oxigênio, que dispara o código de falha.

Em resumo, um simples código pode indicar vários possíveis defeitos, sendo quase impossível para um leigo definir a causa do problema com base apenas no código de erro apontado pelo sistema de injeção eletrônica do carro. Talvez isso possa ser realidade no futuro, mas ainda está longe de ser assim.


Adicionalmente, a possibilidade de várias causas ocorre para quase todos problemas é verdadeira para literalmente todos problemas detectados pelos scanners automotivos.


Portanto, sugerimos que mesmo equipado de um scanner você vá a uma oficina especializada no assunto para fazer o diagnóstico correto do problema e o reparo necessário.


Conclusão


Não importa seu grau de conhecimento mecânico, a menos que você seja um reparador profissional com as ferramentas e equipamentos certos, você não deve tentar fazer a maioria dos consertos do seu carro em casa. Você pode acabar danificando seu veículo, ou pior ainda, ferindo a si mesmo ou outras pessoas - além de protagonizar cenas bizarras, como essa:

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Se você tem dificuldade em montar móveis, a maioria dos consertos de carros certamente está fora do seu alcance. Mas com as ferramentas certas, pesquisa e tempo, existem alguns consertos que você pode fazer em casa - e é sempre uma boa ideia se familiarizar com o seu carro. Assim, faça você mesmo as coisas simples e deixe o resto para os profissionais. Para encontrar as melhores oficinas conte sempre com a Sua Oficina Online!


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